Publicado originalmente no Weebly em 09/03/2024
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Eu já comecei e terminei esse texto algumas vezes. Não faço ideia da direção que eu iria. Pensei originalmente em um texto e nesse blog com algum foco de SEO. Mas acho que mais próximo de um diário pessoal é mais provável.
Acho que vou falar mesmo sobre uma das melhores coisas que eu já tive, uma experiência estranhíssima que foi:
Tentar ser eu mesmo no Threads.
Eu sempre tive um Twitter. Sempre fui presente com minha conta pessoal, a @faelcks, mas sempre foi meio low-profile, ou seja, eu tinha a conta, entrava de vez em quando, mas era um pensamento secundário, uma conta que existia principalmente para seguir coisas do Cruzeiro.
Essa conta vem de um período de internet pré-2010, onde você tinha um período longo ali que você estava offline. Você era obrigado a estar desconectado em algum momento. Você simplesmente desligava e via outras coisas, saia, andava, enfim. Um conceito alienígena hoje para nós, que temos uma máquina de FOMO (medo de estar “por fora”) no nosso bolso.
Como todo fã de Futebol, pensei em me aproximar dos times que eu amo. Em algum momento, lá pros idos de 2017, perto de quando Seedorf virar técnico do Dépor, ainda na primeira Divisão do campeonato espanhol, criei e mantive uma conta razoavelmente popular no @lacorunabrasil. Uma conta que me diverti, e falava muito em Espanhol com os galegos da região de A Corunha.
Mesmo depois do sucesso, recentemente eu dei uma desanimada, principalmente depois que o Elon Musk assumiu o Twitter, com todas as confusões que acompanharam, mesmo com bons resultados de seguidores.
No fundo, acredito que sempre tive um desejo estranho de ser validado pelas redes sociais, e esse desejo foi de alguma forma validado quando o grupo Meta anunciou a sua nova Rede Social.
O Threads.
Eu trabalho com Marketing Digital e marketing em geral desde 2016, mais ou menos, quando entrei na Outbound Marketing, e desde então sempre brinquei com as possibilidades de como ou qual a melhor forma de manter uma conta popular nas redes sociais. Talvez um site, um blog. Cheguei a ter um blog profissional legal, mas não era algo que eu tive paciência de manter o trabalho de SEO. Cheguei a começar a ter resultados legais, mas abandonei.
A popularidade é um delicioso veneno, uma validação e uma confirmação de que você é suficiente.
Mesmo para quem, como eu, trabalha com redes sociais, que entende como esses números de likes, seguidores são apenas vaidade e não são conexões reais, além de facilmente falsificáveis.
Centenas, milhares de influenciadores são apenas um pensamento secundário na vida dos seus influenciados, mesmo com milhões de seguidores.
Já vi várias vezes influencers serem “atropelados” pela realidade e terem dificuldade de transformar sua popularidade em vendas, em clientes.
Porém,
Mesmo entendendo sobre isso tudo, tenho a impressão de como é DIVERTIDO que é ter algum nível de popularidade.
Fora que eu sou razoavelmente inseguro com os meus próprios sentidos, com minha imagem, até com quem eu sou. Algo que melhorou com anos, mas ainda existe um pouco dentro de nós.
O Threads
Eu estava no trabalho, de boa, no dia que anunciou. E no dia que lançou, eu entrei.
Só pelo app, sem versão web, sem gifs, sem imagens, um monte de famosos, muita gente, sem ads, sem pesquisa.
um app MUITO movimentado, muita gente falando, mas no fundo, todos voltaram para o Insta e pro Twitter em sei lá, 24h.
No dia seguinte, silêncio.
poucos posts, poucas palavras.
Mas haviam alguns, animados, felizes, rindo.
Quem sabe, uma possibilidade?
E como me disseram que quem fala mais e responde mais tem melhores resultados, lá fui eu respondendo a todos, em volume e intensidade, baixando memes e tentando ser eu mesmo, ser movimentado e falador.
Falei bastante sobre arte, segui várias contas e fui falando sem parar.
Aos poucos me diverti, e criei uma pequena comunidade de amigos. Se você está lendo veio do Threads (onde eu devo enviar pedindo pelo amor de deus leiam), eu realmente gostei do pessoal.
Minha Comunidade (internacional) de Amigos
Comecei com o simples. Busquei vários artistas japoneses que eu curtia, e segui todos os que eles seguiam, com isso, tive um influxo legal de arte. E sempre estive comentando na pagina dos outros o que eu gostei.
Às vezes baixava alguns memes ou reações e postava, e assim fui seguindo, comentando e falando e dizendo o que curtia, principalmente em inglês. Depois, achei alguns brasileiros e comentava, a comunidade LGBTQIA+, além de muito ativa, tinha um grupo muito junto, o que foi bem legal, e acabou me incentivando a lembrar e celebrar muitos deles.
O que foi uma coisa bacana.
Aos poucos, fiz algumas amizades. A bruxinha Samy, a Taiwanesa Salo, a sempre Simpática Akane, o sempre espetacular e simpático britânico Ash, o Tio Phuc (sim), Odessa e o Adam, e muitos outros que seriam injustos de nomear, pois faltaria sempre um nome. A comunidade de NFL e da NBA tem um grupo super bacana, que gosto muito deles, de verdade. E sempre indo assim, comentei sobre minhas coisas e as coisas foram evoluindo. Sabe?
Hoje eu tenho um grupo de amigos que me deixa feliz.
Cosplay
Queria fazer um comentário sobre eu. Sempre tive vergonha horrores de fazer Cosplay, principalmente sobre meu corpo, como eu engordei, como me senti mal, e que não teria conforto em fazer. A comuinidade de Cosplay, e principalmente os Cosplayers Negros me dão uma super inspiração de me curtir também.
Sei que não é a lógica mais saudável, mas é uma forma que eu conseguia justificar para mim. Obrigado comunidade Cosplayers por serem vocês de forma tão perfeita,tão própria, que me ajudam a ser eu mesmo.
Ansiedades de Saída
Eu imagino ter criado uma comunidade legal, e que conseguiria similar em outras plataformas. Não sei se o algoritmo buscando mais comunidade, ou se eu que sou assim mesmo, mas acabou que achei muitas pessoas interessantes, e conversas legais
Mas eu tenho um medo permanente deste aplicativo ser visto como uma falha e deletado. Ele tem tanto a melhorar, tanto potencial, mas o Twitter é bem resiliente. São anos de melhora do produto, e gente usando. Eu realmente quero e tento muito que dê certo.
Várias vezes segui a conversa interna evoluir de “fiquem aqui” para “ops, tem alguém aqui? Risos” e até mesmo “moderação é foda”.
E no fundo, o problema é sempre esse: qual o nível de moderação que é aceitável? Um pouco de zoeira, de brincadeiras, até mesmo de pessoas com um pouco mais de ousadia que são importantes.
Porque existem consumos de todos os tipos. Usuários fãs de NSFW, de Anime, de shitposts. É importante entender que são muitos e que continuarão buscando mais do que gostam.
O caso da Política
Esse me incomodou muito;
Em algum momento, durante o ano de 2023, se não me engano, ou começo de 2024, o Instagram, e por sua consequência o Threads anunciaram que teriam uma nova política para “temas políticos”. O que poderiam ser não incentivados, e até uma opção para completo desaparecimento desse tema.
Os pontos disso são muitos, primeiro transformando todas as plataformas Meta em ruins para temas políticos. Mas o que poderia ser isso? Apenas discussões em temas políticos entrariam? Meus amigos com opiniões, ONG’s?
Essa discussão não poderia ser rasa, mas foi explicado pouco e apenas diminuiu, mais uma vez criando uma barreira para os usuários.
E me machucou um pouco. Além de afastar várias contas legais, o que daria mais complicações para acreditar no futuro do Threads e da minha comunidade que criamos aqui.
O “amigo que usa Threads”
Toda hora rola essa conversa. Nunca me incomodou, chegou a ser engraçado, para ser honesto. Várias vezes eu tenho conversas de coisas que vi e percebi de lá. Notícias de Pokémon, da NBA, de Arte.
E eu quero compartilhar, as vezes dividir e ficam pessoas brincando com “porra, só você lá”. Eu sempre queria muito que não tivesse rolado o caso do Elon, que eu tinha descoberto sozinho como ser mais popular lá, conversar com criadores INCRÍVEIS em uma plataforma só. Sabe-se deus quantos eu nem sei mais onde estão porque houve essa fragmentação?
Por enquanto, estou me divertindo, mas sempre com essa sensação permanente de “será que vai durar?”. Por enquanto, estou mais no, divertindo enquanto dura do que necessariamente do que no medo.
Mas sugiro você tentar. Conversar, responder, procurar.
Dá um pouco de trabalho, até porque você precisa entender mesmo como funciona o algoritmo, porque as coisas estão sendo recomendadas, e aí sim, você vai rapidamente curtir mais o pessoal. Mas sei que não é para todo mundo
Mas de verdade, espero vocês lá.
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