Estava eu com meus botões no supermercado, pensando numa frase que meu psicólogo me disse semanas atrás:
“Rafael, muito do que você tem, do que você quer… no fundo é uma busca por validação. E ser desejado é uma das formas que você encontrou de ser validado.”
E aí, com isso na cabeça. Andando entre as gôndolas, filosofando sobre mim mesmo, perdido entre pensamentos e músicas da Lady Gaga, quando ele me visita:
O filósofo Pitón.
Sim.
Aquele meme péssimo da internet:
“Tudo na vida depende do quanto você quer comer alguém.”
E aí meu cérebro, como um trem desgovernado, começou a conectar as duas coisas.
“Comer alguém” → ser desejado → ser validado.
E eu tentando impedir a conexão, gritando internamente “NÃO, RAFAEL, NÃO VAI POR AÍ”, mas os pistões mentais já estavam em movimento.
A vitória anunciada.
A frase fazia sentido.
Psicologicamente.
Acho.
Comecei a rir sozinho no supermercado.
Do absurdo. Do grotesco.
De como uma frase tão crua, tão podre, tão impossível de dizer em voz alta…
faz sentido.
sentido?
E será que o motivo de ter viralizado tanto, mesmo anos depois
não é justamente isso?
Que ela faz sentido para todo mundo, sabendo que a validação para cada um é diferente?
Eu mesmo me pego querendo ser mais bonito, me vestir melhor, me sentir melhor…
não pra mim, mas na percepção do outro.
E se ninguém me desejar? Me quiser?
O que sobra de mim?
Rafael, pelo amor de Deus, você está fazendo uma análise séria do meme do filósofo Pitón?
Sim.
Aquele que é uma cobra.
Porque é piada com pau, Rafael. Pensa.
Ainda assim.
Será que a frase certa seria tipo:
“Tudo na vida depende do quanto você quer ser validado pelo outro.”
Mas é piegas, né?
A original tem mais punch.
A crueza da frase é o que cria o impacto.
E talvez, sim, seja uma filosofia e meia do filósofo com um pau de 2 metros.
Quer saber?
Desisto.
Já fiz você gastar sua internet pra ler filosofia de botequim do filósofo Pitón.
De nada.
Que desastre.
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