“Mulher livre” é um ótimo argumento de venda.
É conceito explorado, mercantilizado;
Real.
A mulher é forte, é bonita, é o que quiser.
Ela vive no imaginário, na cultura, nos discursos.
Mas uma pergunta aparece:
O que é um homem livre?
E do que, afinal, ele precisa se libertar, se não de si mesmo?
Habita um universo feito pra si,
Que sufoca lentamente, envolto em seda
Preso em si.
Na performance.
Em pressões invisíveis.
Em medos e preconceitos.
Na gaiola de ouro que ele mesmo construiu.
E tudo que há para lhe prender
É vendido como liberdade.
Seja mais homem.
Mais estóico.
Mais festa.
Mais trabalho.
Mais mulheres.
Mais família.
Mais religião.
Trabalhe mais. Melhore.
Seja mais rápido. Mais forte.
Mais do que nunca. Hora após hora.
O trabalho nunca acaba.
Dance, pequeno pássaro.
Dance na gaiola dourada que foi feita sob medida pra você.
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