Algo mágico existe em mim.
Talvez não seja feitiço,
nem dom, só uma pequena luz que ilumina a janela dos outros.
Algo no olhar
Perceber o jeito de ver e sentir
que sempre esteve ali,
quieto, misturado com o medo.
Escondido comigo nas coxias do teatro que queria brilhar.
Eu sabia.
Mesmo quando duvidei, mesmo quando perguntei em outros lugares,
eu sabia.
Não sei nomes, sem certeza,
Sem saber qual a origem
Se tem origem ou se é algo de loucura
mas tem com meu corpo, com sonhos, com os silêncios que ninguém ouvia.
Sabia que mudar era preciso,
que ser camaleão me custava caro,
que amigos também ferem
e que algumas partidas são salvação disfarçada de abandono.
e que preciso abrir mão de alguns, mas não sei fazê-lo.
Sei que os sonhos falam.
Que pensar em alguém é sintonia.
Que mensagens enviadas no susto têm raízes no invisível.
Que minha confusão é também sensibilidade.
E que minha distração é também dança.
Sou um pouco místico
não no sentido mágico, mas no sentido sensível.
Sou bonito, mas só agora estou aprendendo a acreditar nisso.
Sou velho e novo ao mesmo tempo.
O texto não era sobre isso não, é?
É sobre o que eu faço
É sobre as verdades que eu sempre soube.
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